Por que dezembro é o mês com mais ataques cibernéticos do ano?

Por que dezembro é o mês com mais ataques cibernéticos do ano?

Quando chega dezembro, a maior parte das empresas está voltada para metas de faturamento, estratégias comerciais e operação ampliada. O varejo vive seu período mais intenso — impulsionado pelo pós-Black Friday, pelas compras de fim de ano, pelo pagamento do 13º salário e por um volume muito maior de transações online. Porém, enquanto as equipes correm para dar conta da demanda, outro movimento também se acelera: o dos cibercriminosos.

Não é coincidência que dezembro apareça, ano após ano, entre os meses com maior número de ataques cibernéticos no Brasil e no mundo. Isso porque, em 2024, pesquisas mostraram que só entre novembro e dezembro foram registradas mais de 76 mil tentativas de ataques, com dezembro ficando atrás apenas de outubro — outro período de aquecimento do varejo. Além disso, em muitos casos, quase metade dos incidentes ocorre por roubo de credenciais, o que reflete diretamente o comportamento digital apressado de usuários e equipes, que, consequentemente, se tornam mais suscetíveis a técnicas de engenharia social.

Mas o que faz de dezembro um terreno tão fértil para os ataques? E, principalmente, como as empresas podem se preparar para o período mais desafiador do calendário digital?

Um cenário perfeito para a exploração de vulnerabilidades

Para o cibercrime, dezembro combina três fatores que raramente aparecem com tanta força ao longo do ano: alto volume de transações, pressa dos usuários e sobrecarga dos sistemas internos das empresas

Com o aumento exponencial de acessos a sites, e-commerces, plataformas de pagamento e aplicativos corporativos, qualquer brecha — mesmo as consideradas “de baixo risco” — passa a ter impacto muito maior. Sistemas ficam mais sobrecarregados, equipes reduzidas devido a férias e plantões, decisões precisam ser tomadas rapidamente… tudo isso abre espaço para falhas que normalmente não aconteceriam.

Enquanto isso, criminosos operam de forma automatizada, realizando varreduras contínuas em busca de configurações frágeis de VPN, portas expostas, credenciais fracas ou reaproveitadas e sistemas sem atualização. Dezembro, para eles, não é apenas um mês festivo: é um ambiente estratégico.

O comportamento do consumidor cria novas oportunidades para ataques

Se para as empresas dezembro é desafiador, por outro lado, para os consumidores é um período de urgência. As ofertas chegam a todo momento — muitas reais, muitas falsas — e, nesse contexto, o desejo de aproveitar uma promoção “antes que acabe” se torna um gatilho emocional poderoso. Como resultado, essa combinação é ideal para ataques de phishing.

Além disso, golpes que prometem cupons de desconto, frete grátis, programas de fidelidade e “super-ofertas relâmpago” se multiplicam. Assim, cada clique apressado aumenta a superfície de ataque.

No fim das contas, o que deveria ser uma oportunidade de compra acaba se transformando em roubo de dados pessoais, clonagem de cartões, acesso indevido a contas bancárias e golpes financeiros que, consequentemente, prejudicam tanto o cliente quanto o varejista, que ainda sofre com o impacto reputacional.

As empresas ficam mais vulneráveis justamente quando mais faturam

Outro ponto crítico é o impacto operacional. Muitos times de tecnologia entram em regime de plantão, e não raro a empresa prioriza performance e vendas, deixando a segurança “para depois”. É também comum que novas integrações, landing pages, automações e APIs sejam lançadas rapidamente para atender o aumento de demanda, mas sem o ciclo completo de testes de segurança.

Esse “vai e ajusta depois” cria brechas exploráveis — e os atacantes sabem disso.

Além disso, dezembro é o mês em que as corporações movimentam maior volume de dados sensíveis: históricos de compra, cadastros, endereços, meios de pagamento, informações pessoais de colaboradores que entram ou saem da empresa…cada base de dados se torna um alvo valioso.

Os tipos de ataque mais frequentes no fim do ano

Embora o phishing siga sendo o grande campeão, dezembro costuma registrar picos de outros tipos de ameaças bastante sofisticadas:

  • Roubo de credenciais

Esse tipo de ataque representa quase metade dos incidentes em muitos levantamentos nacionais. Nesse cenário, os criminosos utilizam desde ataques de força bruta até técnicas avançadas de invasão para, assim, capturar logins e senhas de colaboradores ou clientes.

  • Malwares e trojans direcionados

Muitos desses ataques surgem disfarçados de links promocionais, notas fiscais, comprovantes de entrega e mensagens de “rastreamento de encomendas” — práticas muito comuns em dezembro. Uma vez instalados, esses arquivos maliciosos conseguem mapear a rede interna, sequestrar dados ou ainda abrir portas remotas para acesso criminoso.

  • Ataques à infraestrutura web

Com sistemas sobrecarregados, invasões a aplicações web e exploração de vulnerabilidades em APIs e plugins aumentam de forma significativa. Ao mesmo tempo, hackers também tentam romper soluções de VPN corporativas, com o objetivo de obter acesso remoto aos servidores.

  • Golpes envolvendo fidelidade e cupons

Uma modalidade que cresce justamente no fim do ano, aproveitando o aumento do uso de descontos e programas de pontos.

A complexidade dos ataques cresce junto com a evolução tecnológica

Os ataques de fim de ano já não são simples golpes improvisados. Eles envolvem automação, inteligência artificial, campanhas segmentadas e uso de táticas que dificultam a detecção de arquivos maliciosos. Criminosos compartilham técnicas entre si, e muitas vezes o mesmo método é disparado contra dezenas de empresas ao mesmo tempo.

São ataques constantes, repetitivos e escaláveis — e a cada ano, mais sofisticados.

Para 2025 e 2026, a tendência é de que o volume de ataques continue crescendo à medida que novos hábitos digitais se consolidam: compras por voz, pagamentos via QR Code, integrações IoT e a digitalização do varejo físico.

Ao mesmo tempo, a migração de empresas para ambientes híbridos e infraestrutura multicloud também cria novas superfícies de ataque que exigem monitoramento constante.

A defesa empresarial deixou de ser sazonal. Dezembro revela fragilidades que já estavam ali o tempo todo, apenas esperando a pressão certa para se manifestar. Por isso, a proteção precisa ser contínua, estratégica e integrada ao negócio.

Entre as práticas essenciais que empresas de todos os portes devem adotar estão:

  • Monitoramento 24/7;

  • Gestão de identidades e credenciais com MFA obrigatório.

  • Análise comportamental de usuários para identificar acessos suspeitos.

  • Atualização constante da infraestrutura e testes de penetração regulares.

  • Proteção avançada contra phishing e engenharia social.

  • Backups e planos de contingência revisados antes do fim do ano.

  • Educação digital de colaboradores.

A segurança precisa ser vista como parte do faturamento, e não como um custo paralelo. 

O dezembro é apenas um mês que expõe o que ficou oculto durante o ano inteiro. Se por um lado ele traz oportunidade de crescimento, por outro escancara a necessidade urgente de proteção contínua e integrada — algo que muitas empresas só percebem quando já é tarde demais.

Se a sua empresa quer atravessar o período de maior risco do ano com tranquilidade, não espere o ataque acontecer. Fale com nossos especialistas e descubra como fortalecer sua segurança digital, independentemente da época do ano.

Clique aqui e solicite uma demonstração gratuita da nossa plataforma e descubra se a sua empresa está sendo atacada nesse exato momento!